02/02/2023

Office Address

123/A, Miranda City Likaoli
Prikano, Dope

Phone Number

+0989 7876 9865 9

+(090) 8765 86543 85

Email Address

info@example.com

example.mail@hum.com

Brasil Política

Vexame laranja

Vexame laranja

Novo caso de candidatura de fachada repercute no comando nacional do PSL e no Planalto

Editorial, Folha de S. Paulo

Chegaram a um novo patamar de gravidade as evidências de que o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, utilizou candidatas de fachada para manipular dinheiro público destinado ao financiamento das eleições do ano passado.

Já era mais que constrangedor, para a legenda e para o governo federal, o caso revelado por esta Folha no dia 4 de fevereiro, envolvendo o hoje ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

No comando do PSL em Minas Gerais, ele patrocinou o repasse de R$ 279 mil a quatro supostas postulantes a cadeiras na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa do estado —supostas, porque seu empenho na disputa lhes rendeu, em conjunto, pouco mais de pífios 2.000 votos.

Dos recursos transferidos, ao menos R$ 85 mil foram gastos para contratar serviços, também supostos, de quatro empresas ligadas de alguma maneira ao ministro ou a auxiliares de seu gabinete.

No domingo (10), este jornal noticiou outro episódio do gênero, de escala maior. Uma única candidata a deputada federal por Pernambuco recebeu R$ 400 mil para sua campanha. Ainda assim, não conseguiu mais que 274 votos —provavelmente porque a dinheirama só chegou a suas mãos em 3 de outubro, quatro dias antes da eleição.

A prestação oficial de contas de Maria de Lourdes Paixão, que é funcionária do PSL no estado, aponta que praticamente toda a verba pagou material de campanha em uma gráfica. Nos endereços fornecidos pela empresa, porém, não se encontra nenhum sinal de atividade.

O vexame, desta vez, chega ao comando do partido e ao Palácio do Planalto. O presidente da sigla, deputado Luciano Bivar, de Pernambuco, atribuiu a alocação dos recursos à direção nacional, na época a cargo do atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência,Gustavo Bebianno. Este negou ter sido o responsável pela decisão.

As elucubrações canhestras de Bivar, para quem faltaria vocação política às mulheres, apenas tornaram o episódio mais vergonhoso.

Todo o dinheiro envolvido nos episódios veio dos cofres públicos. Depois de proibidas as doações empresariais, o mundo partidário elevou as verbas orçamentárias para o financiamento de campanhas —foram quase R$ 2,6 bilhões em 2018. A legislação determinou ainda que 30% dos postulantes devem ser do sexo feminino.

O PSL passou a hospedar Bolsonaro em janeiro do ano passado, e a união de conveniência contribuiu para que ambos superassem, em termos quantitativos, a condição de nanicos da política. Em todo seu primarismo, o esquema das candidaturas laranjas é mais um resquício da pequenez do passado recente a assombrar o governo.

link editorial
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/02/vexame-laranja.shtml

About Author

Redação

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *